Ler, pensar e escrever



Autor: Gabriel Perissé
Título: Ler, pensar e escrever
Editora: Saraiva
Páginas: 91

Gabriel Perissé escreveu um livro para os amantes das palavras. Como o próprio título já diz você o livro, pensa em como ele te mudou e depois escreve sobre ele ou resolve escrever um livro... também é uma opção!

Sendo dividido em três capítulos, nos quais o autor contempla cada uma das ações que são essenciais para qualquer apaixonado pela leitura, somos levados em direção à momentos fofos e ao conhecimento. 



Não preciso nem dizer que o capítulo Ler mexeu muito comigo, o Pensar me intrigou e o Escrever me incentivou mais do que qualquer inspiração que eu pudesse ter. O que digo a vocês é que recomendo muitíssimo esse livro a todos aqueles que estão sempre tentando "sobrevoar o beco!".

E deixo aqui meu sincero agradecimento aos autores que se preocupam ainda em escrever obras como essa, que além de prazerosas, vêm recheadas de outros tantos títulos que farão com que fiquemos cada vez mais apaixonados por essa arte, que é a leitura.



LER

"O bom ledor é alguém que jamais sentirá o enjoo da leitura, ainda que passe a vida inteira entre livros" p. 27 
Uma coisa que me marcou e que jamais irei esquecer foi a coincidência que aconteceu no dia em que peguei esse livro para ler. Estava no Facebook vendo as atualizações dos meus amigos, quando me deparei com a seguinte frase de Mario Quintana: "Os verdadeiros analfabetos são aqueles que aprenderam a ler e não leem". Compartilhei a frase no mural e minutos depois quando comecei a ler essa obra me deparo com a mesma citação, na página 3. Não preciso nem dizer que já estava apaixonada pelo livro. E Gabriel ainda completa.
"São aqueles que aprenderam a escrever e não escrevem, são os que pensam com menos clareza e intensidade." p. 3
Aqui ele fala da escola como 'máquina de destruir leitores', citando o autor da obra intitulada com essa frase marcante (com a qual concordo totalmente), Jéfferson Assumção.
Uma geração completa de leitores foi perdida por causa da obrigação de lerem obras como Camões sem antes nunca terem lido um gibi sequer. Transformando, assim, a leitura em tortura (p. 27) 
O papel da escola deveria ser ensinar o quão apaixonante pode ser se entregar às páginas de um livro, e mostrar as diferenças que surgem em você depois de uma leitura perturbadora. Mas as escolas não conseguiram desfazer o que já está feito: elas desencorajaram a leitura. E agora, por mais que tentem, será muito difícil mudar o cenário que o Brasil se encontra no quesito educação.
"Ler é uma arte, e, como toda arte, requer de seu artista sábia flexibilidade. (...). Leio para crescer (...). Tal crescimento não excluiu o esforço, constante, obstinado, até mesmo heroico, de concluir uma leitura exigente, para não dizer desagradável, mas que tenho consciência de ser basilar para a minha formação." p. 13
Por que, então, a literatura não é mais encorajada e valorizada pelo Brasil? Por que as pessoas não conseguem descobrir o poder libertador do livro assim como Perissé afirma? Por que somente lutando sozinhos para o autoconhecimento é que conseguiremos nos tornar mais humanos? Ninguém pode nos ajudar?
Somente aqueles interessados é que conseguirão sair desse universo pobre de sonhos!

PENSAR

"Para derrotar um ideia é preciso oferecer uma ideia melhor, mais atraente e mais aceitável." p. 30
Uma questão que foi muito trabalhada nesse capítulo foi o porquê das pessoas não perguntarem mais. O que as impede de questionar? Seria insegurança, preguiça e irresponsabilidade combinadas?
"Por que temos medo das respostas? Por que respostas estão associadas a responsabilidades. Se estiver bem informado, não poderei alegar como desculpa que eu não sabia de nada, que ninguém me contou, que não fazia a menor ideia.", p. 32
Perissé durante o capítulo discorre sobre filosofia; sobre as frases feitas que deveriam ser repensados;
sobre a segurança que o pensar nos traz, por exemplo, quando somos capazes de defender nossas opiniões com nossas próprias palavras. E sobre como não devemos nos tornar massa de manobra, e começarmos a questionar tudo o que chega aos nossos ouvidos. Para assim, desenvolvermos uma geração crítica e pensante que seja capaz de desenvolver novos pontos de vista, carregados com o conhecimento e vivência de mundo dessa pessoa.
"E quem não pergunta e não pensa torna-se, voluntariamente, escravo do pensamento alheio.", p. 33
Portanto, passem a questionar e duvidar de tudo, esse é um ótimo exercício para o pensar. Pesquise, leia diferentes pontos de vista e tire suas próprias conclusões, acredite no que você pensa, porque isso definirá quem você é e quem você poderá ser.

ESCREVER

"(...) Por que escrevo? Infindável é o número de vezes que já fiz a mesma pergunta e sempre encontrei a mesma resposta. Escrevo apenas por que em mim alguma coisa não quer morrer e grita pela sobrevivência." Lúcio Cardoso, p. 64
Você é uma daquelas pessoas que sofrem para passar de algumas páginas no Word? Não tem ideia de como continuar um projeto inacabado? Calma, Gabriel, neste capítulo, traz técnicas pessoais de escrita de  diferentes autores, talvez você se identifique com alguma delas. Lembrando sempre que o cansaço e a falta de inspiração e criatividade são normais quando se está em um projeto longo.
"Essa força operativa, que nasce de cada um, da vontade expressiva de cada um, para criar sentido, vencerá a distância entre o que se deve escrever e aquilo do qual se vai tirar matéria para escrever, ou seja, o próprio idioma." p. 28-29
É preciso vencer essa luta contra a dificuldade que é, sim, escrever. Porque nós estamos sempre buscando algo para deixar nossa marca, nosso registro de que passamos pelo mundo, não de um modo qualquer, mas de um modo que faça alguma diferença.

A escrita nada mais é do que você vomitando seus sentimentos, crenças e anseios sobre um papel ou tela. Claro que, algumas vezes, isso é contido como em artigos científicos, ou então é tão pessoal como em uma poesia, que demoramos um pouco para compreender o que o autor quis dizer. Mas o conceito é o mesmo: escreva para ser "reconhecidos por todos sem ser confundido com ninguém", p. 80

A leitura dessa obra foi gratificante e significou muito para mim. Espero que vocês gostem dela, assim como eu e como, tenho certeza, diversos outros que já passaram por essas páginas.


Termino aqui meu relato.
Boa Noite!





2 comentários :

  1. Iza *-*
    Que resenha linda!
    É ótimo quando ler um livro significa mundos e fundos pra gente, né?
    É muito dificil encontrar livros que contenham teor suficiente pra trazer coisas importantes pra nossas vidas. Gostei muito da ideia do livro, com certeza vai pra lista!
    Beijos

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. owwn, muito obrigada, Lucas *-*
      Pode ter certeza que o conteúdo desse livro é maravilhoso! Que bom que você dará uma chance à ele. Espero que ele te toque tanto quanto me tocou.
      Bjs

      Excluir

Obrigada por fazer três blogueiras felizes, seu comentário e sua opinião são muito importante pra nós! Todas as visitas e comentários serão retribuídos.

(Comentários contendo ofensas e palavras de baixo calão não serão aceitos).

Seguidores

No Instagram @bloglohs

Vem pro Facebook